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O poder do pensamento negativo

  • Fernando Angeli
  • 14 de mar. de 2016
  • 2 min de leitura

Ao ler um título como o do presente artigo, pode-se ter a sugestão, ou interpretação prévia de que o pensamento negativo é algo louvável ou até mesmo proveitoso. Inversamente ao que sugere tal ideia, escolheu-se tal título justamente para atentar a nossa reflexão para o caráter prejudicial no psiquismo de qualquer indivíduo, na manutenção e perpetuação de ideias negativas ou desfavoráveis dentro de nosso modo de dotar a realidade e o “eu” de sentido.

(Beck, 1997) refere, dentro da corrente Cognitivo-Comportamental da Psicologia contemporânea, o quanto as ditas Cognições distorcidas, moldam a maneira dos indivíduos definirem a si mesmos e também às suas perspectivas dentro da sua realidade. O que pode dar sustentação e condições para o desenvolvimento de estruturas patológicas de pensamento, que podem originar e, ou, evoluir para transtornos emocionais para o individuo.

Pensamentos negativos, ou disfuncionais, referentes ao “eu” e à realidade são exprimidos em afirmações do tipo: “sou um covarde desprezível”, “eu sempre fui um perdedor, sempre serei um perdedor”, “já que sou um fraco, não há nada a se fazer”.

É evidente que, para chegar a tais afirmações, a pessoa construiu tais impressões a partir da relação que teve com o meio e, ou, com sua própria intimidade, ao longo de suas vivências e histórico de vida. No entanto, não quer dizer que tais conclusões sejam de fato verdade, ou até mesmo factuais.

A tarefa da Psicologia neste caso está no questionamento de cada um destes pensamentos disfuncionais a fim de que, uma vez desmistificados, a pessoa possa ter oportunidade de re-significar tais ideias com base em pressupostos objetivos e funcionais. E possa então a não mais ter um “sentir” disfuncional/patológico, mas sim uma reflexão afinada com a realidade objetiva e não somente baseada em falsas generalizações, distorções quanto à referência do “eu”, ou outras maneiras equivocadas de interpretação psicológica da vida.

Assim sendo, sugerimos que toda afirmação, ou ideia que busque nos definir seja meticulosamente questionada, revisada e qualificada quanto à sua funcionalidade e compromisso com nossa vida. Pois, uma vez que cristalizamos em nossa mente esquemas disfuncionais ou defeituosos de interpretação, podemos nós mesmos instaurar um modus operandi deprimido, patológico e que nos desfavorecerá em nossa caminhada existencial com grande probabilidade.

Pensamento positivo, mente positiva e racionalidade em nossa forma de viver e sentir.

Sejamos vigilantes! Um grande abraço, obrigado e até a próxima.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Beck, Aron T. – “Terapia cognitiva da Depressão/ Aaron T. Beck, A. Jhon Rush, Brian F. Shaw e Gary Emery; trad. Sandra Costa. – Porto Alegre: Artmed, 1997.


 
 
 

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