Mastigação e obesidade

A energia que necessitamos para nos manter vivos vem principalmente dos alimentos que ingerimos. E este processo de transformação do alimento em energia começa na boca com a mastigação, que é a principal função do sistema estomatognático. É uma atividade extremamente complexa, regulada pelo sistema nervoso central. De uma maneira bem simples, podemos dividir o ato de mastigar em duas etapas: a primeira, consciente, e a segunda, inconsciente (involuntária). Vamos conversar sobre a etapa consciente, onde podemos atuar.

Quando sentimos fome e pensamos em alguma coisa que gostaríamos de comer já começamos a produzir mais saliva (“me deu água na boca”). Ao colocarmos o alimento na boca precisamos mastiga-lo, ou seja, tritura-lo, fragmenta-lo ao mesmo tempo em que ele é misturado à saliva. Este é o momento consciente da mastigação, e é fundamental para que todo o processo de transformação do alimento ocorra bem. O bolo alimentar que será deglutido tem que ser formado por partículas bem pequenas de alimento envolvidas em saliva e não por pedaços de comida que mal foram cortados. Se engolirmos “pedaços”, imagine o quanto mais difícil será o trabalho de digerir o alimento, para que no final do processo possamos extrair a energia de que tanto precisamos.

Além disso, há a questão da saciedade. Muitas pesquisas já comprovaram que a mastigação de má qualidade contribui para que o indivíduo se sinta insatisfeito e entenda que precisa comer mais. Ao mastigar bastante, o seu cérebro, mais especificamente o hipotálamo (centro regulador da fome e saciedade), vai receber a informação e fazê-lo entender que não precisa comer mais, ajudando assim a evitar a tão indesejada obesidade.

Por isso, mastigue conscientemente. Faça isso devagar e muitas vezes. Cuide bem dos seus dentes e questione o seu dentista sobre a sua condição de oclusão (relacionamento dos dentes superiores com os inferiores) e consequente qualidade da sua mastigação.